A integralidade da atenção à saúde fundamenta-se tanto na visão holística do homem como no acesso a todos os níveis de atenção à saúde na rede de serviços, sempre coordenada pela Atenção Primária à Saúde. É nesse contexto que surge, no Sistema Único de Saúde, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), a fim de complementar o atendimento às diversas demandas e necessidades dos indivíduos, operacionalizando princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), em especial o princípio doutrinário da integralidade. Este estudo objetivou revisar a literatura sobre a operacionalização das Práticas Integrativas e Complementares na Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil, demonstrando os benefícios promovidos bem como as dificuldades na oferta e realização destas práticas no processo de trabalho das equipes de saúde. Trata-se de revisão narrativa da literatura, a qual concluiu que os investimentos públicos em Práticas Integrativas e Complementares (PICs) são insuficientes para a demanda existente, provocando uma demanda reprimida, bem como a ausência de apoio dos gestores para a implementação. Como benefícios, são citados que, uma vez implementadas, as PICs otimizam ações de promoção de saúde e redução do estresse principalmente em portadores de doenças crônicas. Desta forma, embora a PNPIC tenha sido implementada desde 2006, e haja consenso sobre as vantagens de sua oferta, o serviço ainda não está sistematizado, demandando para tantos investimentos e capacitação dos profissionais para sua realização.