Indivíduos acometidos por acidente vascular encefálico (AVE) podem apresentar déficits motores, como a hemiparesia, que limitam a autonomia para realização das atividades de vida diária (AVD). Objetivo: Avaliar o comprometimento motor e a independência funcional de indivíduos pós-AVE cadastrados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) no município de Araranguá/SC. Método: A amostra foi composta por indivíduos com sequelas motoras de AVE cadastrados nas UBS de Araranguá, que foram avaliados através da Escala de Rankin Modificada, Mini Exame do Estado Mental, Medida de Independência Funcional (MIF), Escala de Fugl Meyer (EFM) e questionário sociodemográfico. Resultados: Foram avaliados 56 indivíduos, com média de idade de 67,3±11 anos. Na MIF, 67,9% apresentaram dependência modificada, necessitando de até 25% de auxílio para realizar suas AVD. Na pontuação total da EFM, 58,9% dos indivíduos apresentaram comprometimento marcado, 32,1% apresentaram comprometimento grave para membro inferior e 46,4% apresentaram comprometimento moderado para membro superior. Foi observada correlação significativa entre o resultado da EFM total com o resultado da MIF total (ρ=0.6; ρ<0,01) e entre o resultado da EFM total com todos os itens da escala MIF (ρ<0,01). Conclusão: Os indivíduos avaliados apresentaram comprometimento motor marcado e algum grau de dependência funcional. A correlação significativa entre as variáveis demonstrou que indivíduos pós-AVE crônico no município de Araranguá apresentam comprometimento motor que gera dependência funcional para realização das AVD. Espera-se que os resultados encontrados possam auxiliar profissionais de saúde da região a criarem abordagens para manter estes indivíduos mais independentes.