A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma das maiores causas de cegueira em pessoas com mais de 55 anos nos países industrializados. Está relacionada ao estresse oxidativo, hipóxia, inflamação e mudanças degenerativas da matriz extracelular. Pode ser classificada em: tardia, intermediária ou precoce. O mecanismo fisiopatológico da DMRI ocorre por redução da difusão de oxigênio, proliferação de fatores de crescimento, o mais importante é o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). Para tratar a progressão DMRI novos fármacos, denominados agentes antiangiogênicos, inibem o VEGF, dentre eles, o Ranibizumabe, um anticorpo monoclonal humanizado recombinante, que se liga ao receptor biologicamente ativo do VEGF-A e impede a ligação deste com o receptor VEGF das células endoteliais. O objetivo desse estudo foi avaliar a farmacoterapia e a evolução clínica do tratamento com injeção intravítrea (IIV) de Ranibizumabe em pacientes com DMRI. Tratou-se de um estudo analítico descritivo e retrospectivo transversal num hospital amazônico com pacientes idosos submetidos à IIV com Ranibizumabe. Foram selecionados 36 (44,4%) masculinos e 45 (55, 6%) femininos, 60 a 75 anos (63; 77,8%), naturais do interior do estado do Pará (40; 49,4 %), residente na região metropolitana (67; 82,7 %), escolaridade ignorada (42; 51,8%), profissão ignorada (78; 96,3%) e estado civil casado/ união estável (44; 54,3%). Negam etilismo e tabagismo (49; 60,5%), possuem duas patologias sistêmicas (35; 43,2%), duas condições crônicas associadas à visão (30; 37,0%), um achado para diagnóstico de DMRI (33, 40,7%), nenhum tratamento para DMRI (49; 60,5%). Foram utilizados medicamentos para o sistema cardiovascular (84; 56,8%) e trato alimentar e metabolismo (45; 30,4%), 54 (66,6%) não possuíam glaucoma, 22 (27,2%) possuíam risco potencial de interações tipo C, conforme a classificação ATC/OMS. Os medicamentos mais envolvidos em potenciais interações medicamentosas foram os para o Sistema Cardiovascular (77; 39,7%) e Trato Alimentar e Metabolismo (57; 29,4%). 21 (25,9%) pacientes relatam melhora da visão após IIV de Ranibizumabe. Concluímos que há necessidade de maior atenção no preenchimento dos prontuários, implementação de práticas para maior adesão ao tratamento, detecção de possíveis interações medicamentosas e possíveis reações adversas a medicamentos.