Introdução: A tomografia computadorizada de perfusão (TCP) desempenha um papel crucial na avaliação da autorregulação cerebrovascular e do fluxo sanguíneo cerebral em pacientes submetidos a anestesia, especialmente em procedimentos de alto risco neurológico. A autorregulação cerebrovascular permite ao cérebro manter um fluxo sanguíneo constante, mas esse mecanismo pode ser comprometido durante a anestesia devido a fatores hemodinâmicos e à escolha do agente anestésico. Este estudo visa revisar as evidências clínicas sobre o uso da TCP como método de monitoramento intraoperatório para prevenir complicações neurológicas. Métodos: Foi realizada uma revisão de estudos clínicos e sistemáticos publicados entre 1998 e 2024, utilizando as bases de dados PubMed, Scopus e Embase. Foram incluídos estudos que empregaram TCP para avaliar a autorregulação e o fluxo sanguíneo cerebral durante anestesia, com ênfase nos efeitos de diferentes agentes anestésicos, como sevoflurano e propofol. A triagem dos estudos focou em ensaios clínicos e revisões com resultados quantitativos sobre parâmetros hemodinâmicos e complicações associadas. Resultados: Os resultados indicam que o uso do sevoflurano, um anestésico inalatório, aumenta o fluxo sanguíneo cerebral devido à sua ação vasodilatadora, mas pode comprometer a autorregulação em pacientes com vulnerabilidades neurológicas. Por outro lado, o propofol, um anestésico intravenoso, preserva a autorregulação e mostra-se mais estável hemodinamicamente, sendo preferido em cirurgias de alto risco. Além disso, o monitoramento contínuo por TCP e ultrassonografia Doppler permite intervenções oportunas, minimizando o risco de complicações como isquemia e delirium pós-operatório. Conclusão: A TCP revela-se uma ferramenta eficaz e indispensável para a prática anestésica moderna, proporcionando um monitoramento em tempo real que melhora a segurança dos pacientes. A escolha criteriosa do anestésico e o uso de técnicas de imagem avançadas contribuem para a prevenção de complicações neurológicas, especialmente em pacientes idosos e com alto risco neurológico. A integração da TCP e de agentes anestésicos que preservam a autorregulação cerebrovascular pode melhorar significativamente os resultados pós-operatórios e promover uma abordagem anestésica mais personalizada.