Metecos contemporâneos

Abstract

Poucos hoje em dia diriam que, a despeito do slogan “nação dos imigrantes”, os Estados Unidos seria um país hospitaleiro: o muro com/contra o México é um argumento eloqüente. Igualmente poucos usariam o termo “hospitalidade” para definir o tratamento do governo francês dado aos imigrantes e descendentes de origem africana (especialmente argelinos) das periferias de Paris, os mesmos que o então ministro do Interior francês, Nicolas Sarkozy, se referiu certa vez como racaille, “escória” (Victor, 2005). Entre os Estados Unidos e a mãe, aliás, existem duas semelhanças aparentemente casuais: primeira, ambos os países já tiveram em suas pautas políticas a expulsão em massa de imigrantes; segunda, ambos os países, cada um a sua maneira, consideram-se como herdeiros legítimos da democracia como princípio político tal qual legada pela da cultura clássica, ou grecoromana. Estas semelhanças permitem, mesmo que casualmente, a questão: as práticas de restrição e repressão da imigração de França e Estados Unidos encontrariam algum paralelo no mundo antigo? [...]