A fórmula de Hankinson estima propriedades de resistência da madeira quando o material está recebendo forças inclinadas em relação à direção das fibras. No Brasil, por força de orientação normativa, costuma-se usar o valor fixo igual a 2 para o expoente β dos seno e cosseno da fórmula, mas pode ocorrer melhores ajustes para expoentes β diferentes deste valor. O objetivo deste trabalho foi evidenciar, a partir de cinco experimentos independentes, a adequação da fórmula de Hankinson para estimar a resistência de juntas coladas à diferentes ângulos, quando rompidas sob compressão. Adicionalmente, procurou-se analisar a diferença de desempenho mecânico de juntas coladas quando o ensaio se dá por compressão ou por torção. Neste trabalho, os valores dos parâmetros β variaram entre 1,82 e 2,18, com média de 2,02, valor próximo ao adotado em norma. As juntas coladas rompidas por compressão apresentaram perda de resistência com o aumento do ângulo de colagem. Já no ensaio sob torção, a resistência sofreu pouca influência do ângulo de colagem. Verificou-se que a fórmula de Hankinson é adequada para estimar a resistência de juntas coladas à diferentes ângulos entre as fibras da madeira, quando a ruptura ocorre por compressão, mas não parece adequada para a obtenção da estimativa de resistência sob torção. As juntas coladas rompidas à compressão apresentaram resistência diferente de juntas coladas rompidas sob momento de torção. No conjunto, tanto a fórmula de Hankinson quanto os ensaios conduzidos à torção podem permitir a verificação de ligações coladas sujeitas simultaneamente a forças e momentos.