Santa Luzia, assentamento informal em crescimento, teve início na década de 1990 nas proximidades do Lixão da Cidade Estrutural no Distrito Federal, oriunda da luta por moradia de famílias de baixa renda, despejadas de seu lugar de origem. Atualmente, sofre sem saneamento básico, com uma infraestrutura precária e negação de seu direito ao provimento para o espaço autoconstruído, dotado de suas identidades e relações socioespaciais, entendedo-se que a população possa se manter, desde que promovida a infraestrutura adequada. Sem drenagem urbana suficiente, problemas como alagamentos e enxurradas tornam os espaços autoconstruídos ainda mais vulneráveis e, potencialmente, mais danosos à Unidade de Conservação de Proteção Integral adjacente. Uma área desprovida de infraestrutura hídrica, como Santa Luzia, segundo Brodnick et al (2018), possui um maior potencial de tornar-se mais rápida e diretamente “sensível à água”, em um fenômeno chamado “leapfrogging”, se comparada a uma cidade com sua infraestrutura cinza tradicional já consolidada, sem que este processo passe por todas as etapas de desenvolvimento apresentadas por Brown et al (2009). No anseio de se propor uma infraestrutura ecológica de drenagem com Soluções baseadas na Natureza - SbN - e reaproveitamento de água que, além de reduzir os problemas sofridos pela ocupação, tornasse-a sustentável ambientalmente e sensível à água, este trabalho, resultado de PIBIC indicado a prêmio destaque e vinculado ao Projeto de Extensão “Santa Luzia Resiste”, buscou analisar, presencialmente e através de mapas georreferenciados, a ocupação de Santa Luzia e propôs padrões de projeto (ALEXANDER et al., 1977 e ANDRADE, 2014) baseados nas orientações do Melbourne Water (2017) e no trabalho de promoção e implementação da sensibilidade hídrica na infraestrutura de assentamentos informais, desenvolvido pela Monash University, da Austrália.