Microbiological profile in chronic granulomatous disease patients in a single Brazilian primary immunodeficiency center

Abstract

Background: Chronic granulomatous disease (CGD) is a rare primary immunodeficiency. Infections of lung, skin, lymph nodes, and liver are the hallmark of CGD and frequently the initial manifestation of the disease. The aim of the present paper is to describe the sites of infections and their causative agents in 38 pediatric patients with CGD. Methods: This retrospective, single-center cohort study included CGD patients followed at the allergy and immunology unit of a tertiary hospital in São Paulo, Brazil over the last 40 years. Sites of infections and their causative agents were described. Results: Thirty-eight patients were included (36 males). The median age of onset of symptoms was 45 days (ranging from 7 days–7 years), and the median age at diagnosis was 23 months (ranging from 1 month–12 years). In all, 31.6% of the patients reported a family history of child deaths and 21% (eight cases) had another male family member with CGD. The most common infections were pneumonia (81.6%), skin infections (50.0%), adenitis (42.1%), and liver abscess (23.7%); 188 cultures were positive (85.6% bacteria; 14.4% fungi). The most prevalent bacterial agents were Staphylococcus sp. (12.4%), Staphylococcus aureus (11.2%), and Klebsiella pneumoniae (9.3%). Aspergillus sp. and Candida sp. were 56% and 22.2% of the isolated fungi, respectively. Mycobacterium tuberculosis was isolated in 5.6% and Mycobacterium bovis in one patient (0.9%). Conclusion: Staphylococcus sp., Staphylococcus aureus, and Aspergillus sp. were the most frequent agents found in this cohort. M. tuberculosis should be considered in endemic area. Detection of infectious agents drives to the adequate treatment and benefits the evolution of patients with CGD.

Estudo epidemiológico sobre a Doença Granulomatosa Crônica (DGC): Características clínicas e demográficas

“…Neste contexto, o Grupo Brasileiro de Imunodeficiências (BRAGID), constituído por profissionais da saúde dedicados ao estudo e divulgação das IDPs/EII, em associação com o LASID, uma sociedade internacional que por meio de acordo de cooperação, mantém um registro que compila informações para promover a identificação e melhor manejo de pacientes com IDPs na América Latina, contribuem de forma crucial para a caracterização dos pacientes desse bloco continental e divulgação de informações clínicas e científicas de extrema importância para estudos epidemiológicos [91]. Apesar dessas iniciativas, os estudos sobre DGC no Brasil e demais países da América Latina, em sua maioria, estão restritos a relatos de caso e estudos clínicos com poucos pacientes, raramente ultrapassando 2 dezenas, sendo escassos trabalhos clínico-epidemiológicos mais representativos [15,17,92]. Desta forma, é imprescindível que estudos clínico-epidemiológicos sejam realizados para melhor conhecer e fazer saber a realidade dos pacientes com DGC nesse bloco continental, frente aos desafios e dificuldades encontradas em países em desenvolvimento com desigualdades sociais marcantes (em sua maioria), de dimensão continental e clima predominantemente tropical como o Brasil, e densamente povoados como o Brasil e o México, estando entre os mais populosos do mundo.…”

“…Otite média, meningite e bronquiolite apenas em pacientes brasileiros, enquanto que crises convulsivas, baixo DPE, artrite e abscesso cerebral foram exclusivas de pacientes da AL(-BR). São escassos os trabalhos com pacientes brasileiros que apresentam taxa de mortalidade e nenhum com análise de sobrevida, seja por conta do número muito baixo de pacientes ou de falecimentos [65,92,104], ou por não ter havido registros de óbito na série [15]. Conti e colaboradores [65] descreveram mortalidade de 18%, enquanto que Oliveira et al [92] foi de 26% e Carnide et al [104], de 33%, valores semelhantes ao descrito aqui, que foi de 21% entre pacientes brasileiros.…”

“…Sua atuação perpassa programas educacionais (por exemplo, programa bianual "Summer School"), campanhas de conscientização, congressos científicos e cooperação com sociedades irmãs (por exemplo, ESID e USIDnet) e associações de pacientes, com a missão de aumentar a conscientização sobre as IDPs em todos os níveis e em todo o continente, desenvolver e capacitar profissionais e centros para o diagnóstico do maior número possível de pacientes e favorecer o desenvolvimento de centros que forneçam tratamentos adequados. Neste sentido, trabalhos epidemiológicos nacionais e regionais são de extrema relevância para o entendimento e divulgação dasIDPs[15,17,29,39,60,61,63,64,67,68,92,[102][103][104], visto que as diferenças populacionais, climáticas, microbiológicas, além de socioeconômicas, impactam de forma importante na história natural da doença e devem ser conhecidas e geridas para o melhor benefício dos pacientes com IDPs,…”

“…e Pneumocystis jirovecii foram isolados em um paciente cada.Otite média, tonsilite/amigdalite e sinusite estão entre as infecções mais comuns da infância e espécies de estreptococos como o S. pneumoniae, o Haemophilus influenzae e S. aureus estão associados a sinusite e otite complicadas na população infantil em geral[109], sendo raros os casos de ITRS grave por fungos como Aspergillus[110], mais comum na sinusite alérgica fúngica[111].Pacientes com IDPs são mais suscetíveis a essas infecções, inclusive estão presentes como um dos sinais de alerta para IDP em adultos e crianças (Tabela 1). Vários estudos relatam ITRS como manifestações clínicas comuns da DGC, afetando entre 10 -30% dos pacientes[15,17,61,92]. Linfadenopatias e infecções cutâneas, considerando apenas os episódios onde houve isolamento do patógeno, ocorreram quase que exclusivamente por agentes bacterianos (100% e 88% dos pacientes apresentaram ao menos um episódio de infecção bacteriana, respectivamente), e o gênero Staphylococcus foi o mais frequente (16,5% e 30%, respectivamente), exceto nos pacientes com adenopatias por reação adversa à vacina BCG (n = 42; 46% das linfadenites bacterianas e 93% dos pacientes com linfadenopatias por micobacteria).…”