Introdução: A infecção pelo vírus Zika (ZIKV) é um sério problema de saúde pública, ligado à rápida disseminação e à microcefalia, causando danos neurológicos graves, especialmente se contraída durante a gravidez. Transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, o Zika aumenta o risco de complicações congênitas, como paralisia cerebral e epilepsia. Fatores genéticos podem influenciar a gravidade da infecção. Apesar de lacunas no conhecimento, a ligação entre ZIKV e microcefalia é clara, enfatizando a necessidade de diagnóstico precoce e acompanhamento rigoroso. Metodologia: Este estudo analisou casos suspeitos de Síndrome Congênita do Zika (SCZ) no Brasil de 2017 a 2022, usando dados do RESP-Microcefalia. Foi utilizada uma abordagem quantitativa para comparar características como alterações congênitas, idade gestacional, sexo, peso ao nascer e prevalência regional. Os dados, provenientes do DataSUS Tabnet, são anônimos e públicos. O estudo fornece insights sobre a distribuição e características temporais da SCZ no país, com cinco figuras ilustrando as análises. Resultados: Analisou-se um total de 8.490 casos suspeitos de SCZ. Houve queda contínua nas notificações ao longo dos anos, com 2017 registrando o maior número. Microcefalia foi a alteração congênita mais comum (74,07%). Predominaram notificações no terceiro trimestre e maior incidência em indivíduos do sexo masculino. Regiões Sudeste e Nordeste tiveram mais casos, proporcionalmente à população. As notificações reduziram ao longo do período, com aumentos pontuais em algumas regiões e anos. Discussão: O vírus Zika causou aumento de microcefalia no Brasil. O país lançou o RESP-Microcefalia para monitorar a SCZ. Houve redução de casos desde 2017, ligada a políticas de combate ao mosquito Aedes. A maioria dos casos ocorre no terceiro trimestre, com predominância em meninos. A pesquisa oferece insights para futuras intervenções na saúde materno-infantil. Conclusão: A epidemia do Zika vírus é preocupante, especialmente em regiões com poucos recursos. A SCZ, causada pelo Zika, gera graves consequências como microcefalia e outras anomalias congênitas, com diagnóstico difícil e sem tratamento específico. Estudos futuros são necessários para prevenção e diagnóstico, incluindo evitar a transmissão vertical e identificar biomarcadores para intervenções precoces.