Microfácies de carbonatos pensilvanianos da Formação Itaituba (Grupo Tapajós) no norte da Bacia do Amazonas, Urucará (AM)

Abstract

A aplicação de técnicas microfaciológicas em exposições de carbonatos da Formação Itaituba (Grupo Tapajós), situados na borda norte da Bacia do Amazonas, permitiu contribuir na reconstituição paleogeográfica do Pensilvaniano da bacia, uma vez que as principais interpretações da unidade são baseadas em dados da borda sul devido a facilidade logística de acesso em condições amazônicas. A análise microfaciológica em 80 seções delgadas de uma sucessão carbonática de aproximadamente 30 m permitiu a individualização de 10 microfácies (MF): Mudstone recristalizado (MF1), Mudstone/wackestone com intraclastos (MF2), Mudstone/ wackestone com terrígenos (MF3), Dolomudstone/wackestone (MF4), Dolowackestone/ packstone com peloides (MF5), Wackestone/packstone bioclástico com foraminíferos (MF6), Packstone/grainstone oolítico (MF7), Grainstone com peloides (MF8), Grainstone com ooides rescristalizados (MF9) e Grainstone bioclástico (MF10). As microfácies foram agrupadas em 4 zonas faciológicas que remetem a instalação de uma plataforma carbonática com amplas planícies de marés com precipitação carbonática e evaporítica (sabkha), lagunas com circulação restrita e barras oolíticas/bioclásticas. Espessos depósitos interpretados como sabkha sugerem condições mais evaporíticas da plataforma carbonática quando comparados com exposições da borda sul da bacia. Os dados levantados nessa pesquisa, possuem caráter inédito e reforçam interpretações paleoambientais anteriores para a borda sul e auxiliam no refinamento da reconstrução das condições paleogeográficas da Formação Itaituba.

Nova ocorrência de Crinoidea no Pensilvaniano da Formação Itaituba, Pedreira Caltarém, norte da Bacia do Amazonas

“…Nossas interpretações estão de acordo com as reconstruções paleoambientais propostas para a Formação Itaituba, que indicam o desenvolvimento de uma plataforma carbonática na Bacia do Amazonas durante o Pensilvaniano (Figueiras, 1983;Neves, 2009;Lima;2010;Máximo, 2012;Silva, 2014;Moutinho et al, 2016a;Scomazzon et al, 2016;Neves & Barbosa, 2019;Sousa, 2019), sendo especificamente compatíveis às reconstruções paleoambientais propostas por Lima (2010), Silva (2019) e Silva et al (2022), para a borda norte e Neves e Barbosa (2019) e Silva et al (2022), para a borda sul, próximo à cidade de Itaituba. Por outro lado, nossos dados mostraram um ambiente consideravelmente mais raso que as fácies identificadas por Moutinho et al (2016a, b), o que pode indicar uma tendência de aprofundamento em direção à borda sul da Bacia do Amazonas durante a deposição da Formação Itaituba, corroborando com Silva et al (2022).…”