Resumo Os diferentes usos e ocupações do solo podem influenciar na qualidade da água e afetar a vida da população, principalmente daquela que habita o meio rural. Por residir sob condições de vulnerabilidade socioambiental, faz-se necessário monitorar a qualidade dos recursos hídricos para prevenir doenças. O objetivo deste trabalho foi analisar a qualidade das águas superficiais em comunidades rurais e tradicionais do estado de Goiás por meio do Índice de Qualidade da Água de Bascarán (IQAB), avaliando os efeitos do uso e ocupação do solo preponderantes em cada localidade. Amostras de água bruta dos mananciais foram coletadas de forma pontual, na estiagem. Foi verificada a presença de agrotóxicos por análise cromatográfica, sem quantificação, e foram avaliados 11 parâmetros físico-químicos e microbiológicos. Os resultados demonstraram que o IQAB variou de bom a agradável. A classificação da qualidade da água como “agradável” foi relacionada estatisticamente com a alta incidência de área de pastagem (> 80%), e a classificação como “boa” com o percentual de agricultura inferior a 30%. Os principais usos e ocupações do solo foram florestas, pastagens e agricultura. Os parâmetros cor aparente, coliformes termotolerantes e oxigênio dissolvido também indicaram a contaminação dos cursos d’água. A detecção de agrotóxicos com alto grau de toxicidade nos recursos hídricos analisados, principalmente em dois mananciais (córregos Facada e Sucuapara), colocam em risco a saúde humana no meio rural, mesmo que em condições de pequenas exposições. O carbofurano, proibido desde 2017, foi detectado no rio Araguaia, nas proximidades da comunidade Itacaiú, sendo necessário alertar o governo local, moradores e turistas que utilizam o rio Araguaia para fins diversificados.