Introdução: as infecções hospitalares são mais frequentes e por muitas vezes mais graves em recém-nascidos que em crianças e adultos. Surtos de infecções em berçários com óbito têm sido amplamente divulgados no Brasil e em muitos outros países em desenvolvimento. Além de óbitos de neonatos, elevam os custos com internação. Nesse ínterim, a percepção dos profissionais acerca dos riscos de contaminação cruzada faz-se de suma importância à compreensão da necessidade de adotarem atitudes laborais seguras. Objetivo: avaliar a prevalência de infecções neonatais na Maternidade Escola de Valença RJ, bem como identificar os principais micro-organismos envolvidos e analisar o perfil de resistência aos antibióticos das cepas isoladas. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo e prospectivo de análise dos exames de cultura e de antibiograma a partir de materiais biológicos coletados de sítios anatômicos em que se investigam infecções em neonatos internados na UTI neonatal da Maternidade Escola de Valença, no período de junho a dezembro de 2020. Resultados: os principais micro-organismos isolados foram: Escherichia coli, Staphylococcus sp coagulase negativa (SCN), Klebsiella sp, Enterococcus sp, Enterobacter sp e MRSA (Staphylococcus sp resistente à meticilina). Na análise da sensibilidade bacteriana aos antibióticos destaca-se uma cepa de Staphylococcus sp coagulase negativa, com resistência a 70% de todos os antibióticos testados, bem como uma cepa de Escherichia coli com amplo perfil de resistência. Conclusão: tais resultados são importantes para o planejamento dos serviços de saúde, com vistas à realização de intervenções que corroborem para a diminuição da infecção neonatal.
Palavras-chave: infecção hospitalar, neonatos, resistência aos antibióticos