OBJETIVO: Avaliar a persistência do forame de Huschke por meio do exame de tomografia computadorizada da região da orelha, abordando importantes aspectos clínicos da presença desse forame. MATERIAIS E MÉTODOS: Dois examinadores analisaram toda a região timpânica do osso temporal de 150 tomografias da região da orelha, bilateralmente, observando a presença ou a ausência do forame. RESULTADOS: No total, foram encontrados 17 (11,3%) pacientes com a referida anomalia anatômica, sendo que, destes, 13 (76,5%) pertenciam ao sexo feminino e quatro (23,5%), ao sexo masculino, com maior incidência para o sexo feminino, sendo comprovada estatisticamente. CONCLUSÃO: Os profissionais que atuam na região da orelha e/ou da articulação temporomandibular devem estar atentos quanto à persistência do forame de Huschke. Unitermos: Forame de Huschke; Tomografia computadorizada; Osso temporal -crescimento e desenvolvimento.Persistent foramen of Huschke: a tomographic study. OBJECTIVE: To evaluate the persistency of foramen of Huschke by means of computed tomography study of the ear region and approaching important clinical aspects related to the presence of this anatomical anomaly. MATERIALS AND METHODS: Two examiners have analyzed the whole tympanic portion of temporal bone in 150 bilateral computed tomography studies of the ear region, searching for foramen of Huschke presence or absence. RESULTS: The mentioned anatomical anomaly was found in 17 cases (11.3%), 13 patients (76.5%) being female and four (23.5%) male. This higher female incidence is statistically confirmed.
INTRODUÇÃODurante o desenvolvimento da parte timpânica dos ossos temporais, nos primeiros anos após o nascimento, encontra-se uma comunicação óssea entre o meato acús-tico externo e a articulação temporomandibular, denominada forame de Huschke (1-3) .Esta comunicação, primeiramente descrita em detalhes por Emil Huschke, normalmente é encontrada na porção ântero-inferior da parte timpânica dos ossos temporais de crianças entre o primeiro e o quinto ano de vida, tempo em que se oblitera feito um diafragma. Caso a comunicação persista no adulto, passa a ser considerada uma anomalia anatômica (1,4) . A formação do forame de Huschke se dá após o nascimento, quando o anel timpâ-nico se torna o osso timpânico e tem a forma de um anel interrompido em sua extremidade superior. Durante seu desenvolvimento, que ocorre em sentido circular e superior por meio de seus centros de ossificação, o osso timpânico irá fundir-se à porção petrosa do osso temporal formando a parede externa da cavidade timpânica. A próxima fase de desenvolvimento é o aparecimento de dois tubérculos ou proeminências que crescem um contra o outro, até se unirem no primeiro ano de vida. O osso timpânico apresenta, agora, como resultado da fusão desses dois tubérculos, uma abertura denominada forame de Huschke (1) .Sua importância clínica tem sido reconhecida e vários autores chamaram a atenção para o fato, afirmando ser esta anomalia uma rota potencial de: disseminação de infecções com origem no meato acúst...