Mídia e educação: Os ofídios por trás das câmeras – répteis ou monstros?

Abstract

Colocados rotineiramente na berlinda pelas mídias sociais, as serpentes são animais rodeados de estórias e mistérios. A fim de investigar as visões culturais sobre serpentes, foram analisados filmes comerciais que têm esses animais como assunto central. Algumas cenas foram selecionadas e editadas para a produção de um curta (também utilizado como material didático). Foram trabalhados os conhecimentos prévios sobre serpentes de universitários de Pedagogia através de um questionário seguido pela exibição do curta e um debate. Após análise, percebeu-se que os filmes geralmente exploram o tema de maneira exagerada, mesclando científico e imaginário. O questionário evidenciou que lendas antigas ainda são vigentes, que o medo predomina quando se trata de serpentes e que métodos inadequados de primeiros socorros a acidentes ofídicos ainda são utilizados. O debate permitiu confrontar crenças e esclarecer dúvidas, contribuindo para uma visão mais realística sobre esses animais.

Os Conhecimentos Etnoherpetológicos De Uma População Ribeirinha Em Atalaia Do Norte, Amazônia, Brasil

“…As características mais citadas foram: "formato da cabeça" (n = 9), indicando as peçonhentas com o formato da cabeça enlarguecida e triangular, pelo "padrão de coloração" (n = 7), "comportamento agressivo" (7), onde as peçonhentas costumam atacam quem se aproxima delas, "formato do corpo" (4), "dentição" e "pele" (n= 2) indicando as jararacas com a pele eriçada. De acordo com Salomão (2016), essas características geralmente estão ligadas a fatores morfológicos e comportamentais, e não à presença ou ausência de veneno. Algumas espécies de serpentes brasileiras, como os boídeos (jiboia, sucuri), possuem a cabeça triangular e não são peçonhentas.…”

“…De acordo com Salomão (2016), existem soros específicos para quando se sabe a espécie causadora do acidente, como o antibotrópico (jararaca, jararacuçu, caiçaca e urutu), anticrotálico (cascavel), antilaquético (surucucu) e antielapídico (coral-verdadeira). Existem também soros que agem contra o veneno de mais de uma espécie, como o antibotrópico-laquético e o antibotrópico-crotálico, mas que não são tão recomendados.…”