Migrações transnacionais no Brasil: imigrantes internacionais na Bahia no século XXI

Mulheres Migrantes Em Londrina/Pr

“…Quanto ao Brasil ter sido o país escolhido, duas relataram que a migração para cá ocorreu por conta da questão econômica do país estar melhor, duas disseram que já tinham familiares aqui e uma delas disse que a fronteira com a Venezuela facilitou. Baeninger (2017) acentua o fato do Brasil ter sido rota principal para a migração haitiana e outras nacionalidades, afirma que isso ocorreu por consequência de que, nas últimas décadas, países da Europa e os Estados Unidos delimitaram rigorosamente a entrada dos migrantes que buscavam refúgio. A autora afirma que a imigração e a emigração são fenômenos que integram um mesmo processo social, resultando em transformações em todo âmbito social, na dimensão cultural e econômica, em todo território de partida, de trânsito e de chegada.…”

Migrações internacionais qualificadas

“…Nessa lógica, as fronteiras são, também, espaços de "conflitos entre os níveis locais (muitas vezes transnacionais), nacionais e regional no processo de tomada de decisões, no delineamento de políticas públicas, nos orçamentos, enfim na vida cotidiana" (PATARRA; BAENINGER, 2004, p. 15-16). Baeninger (2018c) avança ao observar que:…”

“…In particular, the recent, spectacular surge in remittances has boosted a new wave of optimism in thinking about the issue of migration and development (DE HAAS, 2010a). […] However, the alleged Nessa perspectiva, dicotomias como regiões de origem (ou que enviam migrantes) e de destino (ou que recebem migrantes) são repensadas à medida que os países demonstram ser ao mesmo tempo espaços de origem, destino e trânsito para diferentes fluxos migratórios (SOLIMANO, 2006;FERNANDES et al, 2014;BAENINGER, 2018c).…”

“…a valiosa contribuição ao estudo das migrações internacionais, do status migratório e da inserção laboral migrante, dos dados produzidos pela Polícia Federal, Ministério do Interior e Ministério do Trabalho. Cabe ressaltar que, naquele momento, ainda se tratava de dados pouco explorados e de difícil acesso público (COSTA;GURGEL, 2017;.Os primeiros 20 anos do século XXI, por sua vez, reforçaram ainda mais a dinamicidade e a diversificação da dinâmica migratória tanto em seu volume, como em suas dimensões, sentidos, temporalidades e composições populacionais, noBrasil (BAENINGER, 2013;FERNANDES, 2017;DOMENICONI, 2019a;FERNANDES, 2020), na América Latina e no Mundo. Estas mudanças e sua rapidez têm representado desafios aos estudos e à questão das migrações internacionais contemporâneas, o que reforça a importância de se expandirem as fontes de dados utilizadas no estudo desse fenômeno (COSTA; GURGEL, 2017).workers increases and countries compete for what is an increasingly scarce resource" (AURIOL;SEXTON, 2002, p. 27).Nesse sentido, é fundamental levar em consideração a existência de limitações em cada uma das bases citadas, visto que nenhuma delas permite atingir uma medida completamente satisfatória da migração internacional qualificada (AURIOL;SEXTON, 2002).Porém, o uso de diferentes fontes pode permitir uma melhor compreensão do objeto em estudo, mediante o devido cuidado com as possíveis variações em termos de definição dos conceitos, bem como, na cobertura adotada em cada base(AURIOL, SEXTON, 2002).Palermo; Oliveira e Lopes (2015) reforçam a necessidade desse olhar cuidadoso, visto que, apesar dos registros administrativos serem fontes de grande importância e disporem de uma riqueza de informações acerca do perfil sociodemográfico da população migrante, há que se apreender o fenômeno migratório enquanto uma proxy, um intermediário, do que pode ser compreendido como migração nas diferentes fontes de dados advindas dos registros administrativos.…”

“…Por um lado, os fluxos migratórios para o Brasil se relacionam ao lugar do país na geopolítica mundial (BAENINGER; MESQUITA, 2016), nos circuitos globais de trabalho qualificado (PEIXOTO J., 2001) e na rota das migrações internacionais(BAENINGER, 2018c).Por outro, reconfiguram-se para conectar espaços, encurtar distâncias e manter o conhecimento em circulação, mesmo que não fisicamente (CASTELLS, 2018), particularmente diante do fechamento de fronteiras em nível global (SHACHAR, 2020), do risco sanitário imposto pela expansão do coronavírus (CEPAL, 2020) e da necessidade de produtividade contínua atribuída ao fator de produção trabalho(HARVEY, 1992).Diante das mudanças impostas pela pandemia, as falas do EntrevistadoInstitucional I e da Entrevistada Institucional II permitem elucidar os impactos sentidos e as medidas adotadas tanto pelo poder público, como pelas empresas e pelos imigrantes internacionais inseridos no mercado laboral brasileiro, sobretudo, em relação à crise na saúde e na economia observadas ao longo de 2020... O comércio exterior funcionando, importação e exportação e a fronteira terrestre que ainda está lá. Está fechada.…”