Introdução: A enxaqueca é uma doença neurológica muito prevalente que está associada a doença cérebro-cardiovascular. Mulheres com história de enxaqueca que usam contraceção oral combinada têm maior risco de acidente vascular cerebral. Neste estudo pretendeu-se determinar a prevalência do uso dos diferentes métodos contracetivos nas mulheres em idade fértil, com diagnóstico de enxaqueca, seguidas em consulta hospitalar dedicada a cefaleias ao longo de 2019.Material e Métodos: Foi realizado um estudo observacional descritivo. Incluíram--se todas as mulheres entre os 18 e os 54 anos (adultas em idade considerada fértil), com diagnóstico de enxaqueca, observadas na consulta externa de Neurologia/Cefaleias do Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, em 2019. Os dados foram recolhidos, após assinatura do consentimento informado, mediante inquérito presencial (formulário) e posteriormente analisados.Resultados: Incluíram-se 108 mulheres com enxaqueca. Da amostra, 52% tinha como diagnóstico enxaqueca com aura. Os contracetivos orais combinados foram o método contracetivo mais frequentemente utilizado. Do total, cerca de 30,5% das mulheres não cumpria as recomendações nacionais e internacionais, da Organização Mundial de Saúde, relativas ao uso de métodos contracetivos em mulheres com enxaqueca.Discussão: Nesta amostra, a prevalência de enxaqueca sem aura foi de menos de 50% sendo que este facto poderá ser explicado por um viés de referenciação à consulta hospitalar. Verificou-se uma prevalência considerável de não cumprimento das recomendações nacionais e internacionais relativas à escolha do método contracetivo nesta população.Conclusão: Devem ser reunidos esforços para aumentar o cumprimento das recomendações.