O estudo do comportamento geoquímico dos elementos maiores, menores e traços durante os processos de formação de um perfil de alteração foi realizado a partir de análises petrográficas, pedológicas e geoquímicas, com o intuito de discutir a mobilidade geoquímica dos elementos em ambientes supergênicos. Para tanto, realizou-se o estudo em um perfil de alteração desenvolvido em rochas graníticas (Granito Cantagalo) no Parque Estadual de Itapuã, Rio Grande do Sul. Este perfil é constituído, da base para o topo, pela rocha sã (granito), saprólito (S1 e S2) e horizontes pedogenéticos (A e Cr). O Granito Cantagalo é composto basicamente por feldspato potássico, plagioclásio, quartzo e minerais acessórios. A partir da análise pedológica, o perfil de solo foi classificado como Neossolo Litólico Distrófico Típico. O pH do perfil varia de 4,6 (extremamente ácido) até 5,3 (muito ácido). A difratometria de raios-X permitiu identificar a caulinita como o argilomineral predominante na fração argila (< 2 mm) nos horizontes pedogenéticos. Os dados geoquímicos indicam lixiviação de SiO2, CaO, Na2O e K2O e concentração de Al2O3, TiO2 e Fe2O3(T). A maioria dos elementos traços (U, Y, Rb, Tl, Ta, Nb, Pb, Ge, Ga, Th, W, Hf, Sn, Zn, Bi, Zr, Sr, Cd, Ba, Cs, Li, B, Mo) são lixiviados, enquanto que Cu, Co, Ni, Cr e V são enriquecidos ao longo do perfil de alteração. Os elementos terras raras (ETR), lixiviados ao longo do perfil de alteração, apresentam anomalia positiva de Eu, da rocha sã até o horizonte A, e anomalia positiva de Ce no horizonte A. Este padrão de distribuição dos elementos está diretamente relacionado aos processos geoquímicos, típicos do ambiente supergênico.