“…20 No que se refere especificamente ao apostolado na América portuguesa e na espanhola, é preciso considerar que os missionários se defrontaram com questões que tiveram de ser resolvidas localmente, e que deste processo de contato resultaram alterações em suas concepções teológicas e científicas -com as quais, seguramente, entraram em contato durante seu período de formação -, que não puderam escapar à efervescência do contato, como proposto por Zupanov. 21 Pode-se, assim, pensar que muitos jesuítas estiveram bem "longe da imagem estereotipada e triunfal do jesuíta-erudito", que difundiu pelo mundo "as últimas novidades da ciência européia", estando muito mais próximos do "missionário típico", que precisava enfrentar "os problemas concretos da alteridade, da conversão e da própria construção dos impérios com o material que tinha efetivamente à sua disposição". 22 Este aspecto é também ressaltado por Millones Figueroa e Ledezma, para quem, apesar de a Historia Natural y moral de las Índias, de José de Acosta (1590) expressar com clareza "el benefício de la escritura naturalista" e ser um modelo a ser seguido, las experiencias de cada jesuíta fueron muy distintas, y quienes se aventuararon en la escritura tenían muchas veces una geografia, flora y fauna nueva que presentar, explicaciones que proponer (...) y, acaso lo más importante, dirigir el placer y la admiración hacia la alabanza de Dios.…”