Os movimentos feministas contemporâneos surgem numa escala global e com reflexões também a nível local, assumindo assim uma clara dimensão transnacional a partir das manifestações de rua e do ativismo digital feminista — o ciberfeminismo. Recorrendo a narrativa de ondas, a quarta onda feminista se caracteriza, especialmente, por emergir do ciberespaço, vindo a garantir aos feminismos, portanto, um carácter diverso e plural na reinvindicação de maior inclusão das diferenças, enfatizando a interseccionalidade. Dessa forma, é objetivo deste estudo tentar perceber a construção desses feminismos através do ciberfeminismo e sua relação com a interseccionalidade, mecanismo teórico-metodológico fundamental para todo ativismo contemporâneo. Recorremos a uma abordagem qualitativa pautada no levantamento bibliográfico, além de casos práticos da ação ciberfeministas que irromperam o ciberespaço. Defendemos que esta nova vaga feminista tem a interseccionalidade como pilar constitutivo, consolidando o ciberfeminismo como uma potência de atuação coletiva e conectada, transnacional e preocupada com a inclusão de diversas representações identitárias.