Em plena transição digital, na qual o património digital emerge como resposta a uma necessidade de preservação e gestão da informação cultural numa era de produção acelerada e desregulada, o mapeamento cultural destaca-se como abordagem agregadora e multidisciplinar que convoca à participação. Neste contexto, o design afirma-se como mediador entre múltiplas disciplinas, tornando-se cada vez menos centralizado na materialização de objetos como finalidade, em favor da implementação de processos de cocriação e ativação de sistemas sociotécnicos que congregam pessoas, contextos e tecnologia. Neste âmbito, destaca-se a preservação e dinamização do património cultural, que tem vindo a estar institucionalmente a cargo dos museus, bibliotecas e arquivos, responsáveis pela recolha, preservação e disponibilização à comunidade. O presente artigo evidencia o impacto da digitalização da cultura e das políticas de acesso aberto nas instituições da memória, em termos de gestão das coleções e de experiências de fruição dentro e fora das instituições com recurso à tecnologia, bem como apresenta metodologias de participação ativa de comunidades na documentação e salvaguarda do património cultural imaterial, com destaque para várias iniciativas, em particular desenvolvidas em Portugal.