INTRODUÇÃOA seqüência de Möebius, definida como uma paresia ou paralisia congênita do sexto e sétimo nervos cranianos, está freqüentemente associada à paralisia de outros nervos cranianos, anomalias craniofaciais e músculo-esqueléticas (1)(2)(3)(4)(5) . Sua etiopatogenia ainda não está perfeitamente esclarecida. A teoria mais aceita sugere que existiria um mecanismo de insuficiência vascular em idade gestacional precoce, desencadeada por uma série de fatores heterogêneos, dentre os quais se destacam anomalias cromossômi-cas (6)(7)(8) , exposição a agentes ambientais como a talidomida (9) , cocaína (10) , benzodiazepnicos (11) , álcool (3) e, em especial, o misoprostol (12)(13)(14)(15)(16) , o que levaria a produção da seqüência de Möebius (5,(17)(18) . Em virtude das alterações multisistêmicas da seqüência de Möebius, observa-se que a conduta apropriada varia de acordo com a gravidade e tipo das malformações presentes. A conduta oftalmológica deve ser dirigida para o estrabismo e para exposição corneana, essa última podendo ocorrer, principalmente ao dormir, devido ao acometimento do VII nervo craniano, devendo-se também tratar as ametropias e a ambliopia, se presente (3) . Freqüentemente os genitores e pacientes com a seqüência de Möebius