Os modelos de parentalidade podem contribuir para a reprodução de padrões comportamentais adaptativos ou desadaptativos pelas crianças. Podem estar incluídas nesta última categoria condutas do tipo internalizante, as quais envolvem o transtorno de ansiedade social infantil. Este estudo pautou-se no embasamento teórico analítico-comportamental e objetivou identificar possíveis relações entre o uso do controle coercitivo por pais e/ou cuidadores e a ansiedade social na infância. Participaram da amostra 52 pais e/ou cuidadores de crianças com idades entre 8 e 12 anos (M=9,3; DP=1,7) sendo 53,8% (n=28) crianças do sexo feminino e 46,2% (n=24) do sexo masculino e seus respectivos responsáveis (M=38; DP=5,9). Foi solicitado aos responsáveis que respondessem no Google Forms um questionário sociodemográfico, a Escala Multidimensional de Ansiedade para crianças (MASC) e a Escala de Práticas Parentais (EPP). Os dados foram tabulados e analisados por meio de análises descritivas e correlacionais. Embora a maior parte dos respondentes não relatasse nenhum diagnóstico de ansiedade, afirmaram que seus comportamentos ansiosos influenciavam nas condutas dos filhos. Observou-se que crianças inseridas em contextos familiares que precarizam o apoio emocional, o incentivo à autonomia e a supervisão de comportamento e enfatizam o uso do controle coercitivo, tendem a manifestar maiores níveis de ansiedade social.