As piroplasmoses constituem hemoparasitoses que acometem os mamíferos domésticos e são causadas pela infecção de células sanguíneas por protozoários dos gêneros Babesia e Rangelia. Este trabalho trata de um caso de piroplasmose ocorrido em São Paulo, SP, Brasil, onde um cão macho SRD, com dois anos e nove meses de idade apresentou sinais clínicos inespecíficos, porém sugestivos de hemoparasitose. O paciente apresentava notada apatia e linfadenomegalia bilateral em linfonodos poplíteo e femoral. Os exames hematológicos revelaram apenas trombocitopenia. A pesar de o paciente ter apresentado resultado negativo nos exames de sorodiagnóstico para detecção de Babesia sp e teste 4DX para pesquisa de anticorpos contra Babesia sp, baseados nos achados de esfregaço sanguíneo, onde foi possível observar a presença de protozoário, o diagnóstico para piroplasmose foi considerado positivo. O animal foi tratado com doxiciclina durante 28 dias e, em retorno pós-tratamento, foi observada a remissão completa do quadro clínico, com reestabelecimento dos níveis plaquetários. Apesar de no presente relato os tutores não terem aceitado continuar com a realização de mais exames complementares que pudessem identificar a Rangelia sp, os autores endossam a necessidade de investigações mais minuciosas, a fim de que, se possa diferenciar melhor os quadros clínicos que envolvem esses dois protozoários e também se esclareça com maior contundência às questões epidemiológicas das hemoparasitoses caninas.