RESUMOA leishmaniose visceral canina é uma importante zoonose causadora de sinais clínicos cutâneos e viscerais, que tem o cão como principal reservatório urbano. No Brasil, vários estados são endêmicos para a doença, principalmente no nordeste e norte do país. Com o aumento do deslocamento populacional e de animais de companhia os relatos da doença vêm sendo descritos crescentemente, como é o caso do Paraná que já é considerado endêmico em alguns municípios desde 2013. Descreve-se um caso alóctone de leishmaniose visceral canina diagnosticado em capa leucocitária, com ênfase nas alterações laboratoriais. Um cão da raça Chow-Chow, macho, de 7 anos proveniente de área endêmica (Tocantins) foi atendido em um Hospital-escola no Paraná. O animal apresentava epistaxe, secreção purulenta periocular; mucosas hipocoradas; claudicação, fraqueza muscular, ataxia e cansaço progressivo, abdômen rígido e álgico a palpação. O hemograma revelou intensa pancitopenia (1,68x10 6 eritrócitos/µL; 1.800 leucócitos totais/µL e 29.000 plaquetas/µL) e discreta hipoproteinemia (5,8g/dL) e estruturas compatíveis com Anaplasma sp em plaquetas. Os valores de alanina aminotransferase, fosfatase alcalina, uréia e creatinina estavam dentro do intervalo de referência para a espécie. Foi analisada uma lâmina de capa de leucócitos, na qual foram observadas formas amastigotas de Leishmania sp. em neutrófilos e monócitos. Foram notificados os órgãos responsáveis e o tutor optou pela eutanásia. PALAVRAS-CHAVE: capa leucocitária, leishmaniose visceral canina, pancitopenia