A presença de glúten na dieta pode ser desencadeante de vários processos fisiopatológicos que culminam em doenças neuropsiquiátricas além dos problemas gastrointestinais. Nos chamados “sensíveis ao glúten não celíacos”, os dados da literatura são divergentes. Objetivo: avaliar o efeito dos tratamentos de diferentes dietas relacionadas ao teor de glúten, sobre parâmetros comportamentais e bioquímicos. Métodos: camundongos C56bl/6j (fêmeas, N:7-10) foram submetidos a testes comportamentais de doenças neuropsiquiátricas. Os animais foram divididos em grupos: G1/ ração enriquecida 75% de glúten (DEG), G2/dieta normal (Nuvilab®- DNN) e G3/dieta isenta de glúten (DIG). Para os testes de depressão e ansiedade, foram introduzidos dois grupos adicionais (controles – positivos) que receberam respectivamente Fluoxetina (20mg/kg mg), Diazepam (0.75mg/kg e galantamina (4mg kg/kg). Após o período de tratamento os animais foram submetidos aos testes comportamentais: Open field (Campo aberto), Suspensão pela cauda (TSC), labirinto em cruz elevada (LCE) e esquiva inibitória (TEI). Foram realizados ensaios bioquímicos para verificar a influência da DEG sobre os parâmetros bioquímicos (ALT, AST, glicose de jejum, colesterol total, HDL, TG). Resultados: Os resultados demonstraram que DEG desencadeou comportamentos de ansiedade e depressão nos animais, além de déficits de memória. Promoveu também hiperglicemia, aumento do peso corporal, diminuição do HDL e aumento do LDL. Podendo levar à um mau funcionamento das funções hepáticas (AST e ALT). Conclusão: Os resultados em conjunto
confirmam os efeitos deletérios causado pelo glúten.
Palavras-chave: Glúten. Depressão. Ansiedade. Memória. Ensaios pré-clinicos. Camundongos.