RESUMOO objetivo deste estudo foi analisar a relação entre motivação autodeterminada, orientação da prática esportiva e agressão atlética em atletas de voleibol. Participaram do estudo 54 atletas entre adultos e juvenis de ambos os gêneros. Como instrumentos de medida foram utilizados a Escala de Motivação Esportiva (1995), a Escala de Orientação da Esportividade Multidimensional (1997) e o Inventário de Agressão Atlética de Bredemeier (1985). A coleta de dados foi realizada nos locais de treinamento, e para sua análise utilizou-se o teste Mann-Whitney, a correlação de Spearman e o coeficiente Alfa de Cronbach. Concluiu-se que a motivação autodeterminada intrinsecamente se constituiu como fator favorável para atitudes positivas voltadas às convenções esportivas, regras e juízes, influenciando na preocupação e comprometimento com o oponente e na tendência a comportar-se agressivamente.
INTRODUÇÃOO estudo da motivação assume um papel determinante nas investigações acerca da prática esportiva, principalmente na compreensão da influência da motivação sobre o desempenho esportivo e o bem-estar dos atletas (REINBOTH; DUDA, 2006). Essa importância é refletida nas diferentes pesquisas que procuram identificar as influências da motivação em diferentes aspectos, como na utilização de substâncias que aumentam o desempenho (DONAHUE et al., 2006), desempenho esportivo de atletas de elite (CHANTAL; GUAY; MARTINOVA, 1996), julgamento sobre comportamentos agressivos (STEPHENS; BREDEMEIER, 1996), relacionamento interpessoal (BENGOECHEA; STREAN, 2007), aderência ao exercício e bem-estar em obesos (EDMUNDS; NTOUMANIS; DUDA, 2007).No contexto da Psicologia do Esporte diferentes teorias dão suporte ao estudo da motivação, por exemplo, a teoria da atribuição (WEINER, 1985), a teoria das metas de realização (DUDA, 1993), a teoria da motivação através da percepção da competência (HARTER, 1988) e a teoria da Autodeterminação de Deci e Ryan (1985).Com relação à teoria da autodeterminação, o comportamento é regulado por três necessidades psicológicas, que atuam de forma interdependente: competência, autonomia e relacionamento. Especificamente, a competência refere-se à capacidade do indivíduo de interagir de maneira eficaz com o seu ambiente enquanto realiza tarefas desafiadoras; autonomia concerne ao nível de independência e controle das escolhas percebidas pelo indivíduo; e relacionamento está ligado a quanto alguém percebe um senso de conectividade com outras pessoas do ambiente (MILNE; WALLMAN;GUILFOYLE, 2008 pouca motivação para a ação (amotivação); uma motivação referente à realização da atividade para satisfação de demandas externas, por culpa ou vergonha (motivação extrínseca de regulação externa); uma motivação baseada na participação em atividades pelo sentimento de obrigação, coerção e fuga de sensações negativas (motivação extrínseca de introjeção); ou ainda uma motivação oriunda de uma atividade que em si não dá prazer, mas na qual o indivíduo se identifica com o resultado e este é valorizado (motivação extrínseca de identif...