Introdução: No Brasil, os traumatismos cranioencefálicos (TCEs) representam cerca dois terços de todas as causas de óbitos e são frequentemente associados a acidentes de trânsito, causando sobrecarga dos serviços de média e alta complexidade. Objetivos: Descrever a ocorrência e o perfil clínico-epidemiológico de TCEs associados a acidentes de trânsito em um hospital regional no Sudeste do Estado do Pará. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo analítico de corte transversal. Baseou-se em dados provenientes do serviço de arquivos médicos e estatísticos de um hospital regional, através da análise de prontuários eletrônicos de pacientes diagnosticados com TCEdecorrentes de acidentes de trânsito no período de 2016 a 2020. Resultados: Das 20.077 internações gerais registradas, 4,0% foram associadas à ocorrência de TCE, das quais 75,3% foram diretamente causados por acidentes de trânsito envolvendo motocicletas. Os casos se concentraram em indivíduos pardos, do sexo masculino, com faixaetária entre 18 e 29 anos, com percentuais de 92,5%, 86% e 39%, respectivamente. Conclusões: A ocorrência de TCEs associados a acidentes automobilísticos é um problema que requer atenção na região. Além disso, verificou-se várias lacunas no preenchimento dos prontuários, o que dificultou a determinação da associação do desfecho, o consumo de álcool e a utilização dos EPIs. No entanto, considerando todas as informações apresentadas, políticas públicas assertivas locais que visem a prevenção podem ser implementadas. E esse pode ser o ponto de partida para promover mudanças que visem mitigação dos acidentes de trânsito e ocupações de leitos por causas evitáveis,impactando na qualidade da assistência em saúde e fatores econômicos.