Resumo O artigo analisa a associação entre níveis de fadiga por compaixão e engajamento no trabalho com a COVID-19 em profissionais de enfermagem. Estudo longitudinal, tipo antes e depois, realizado com profissionais de enfermagem da linha de frente, nos períodos pré-pandêmico e pandêmico. Utilizou-se as versões brasileiras da Professional Quality of Life Scale e da Utrecht Work Engagement Scale. Observou-se altos níveis de satisfação por compaixão (≥43,0), baixos níveis de burnout (<23,0) e estresse traumático secundário (<23,0); e níveis altos de vigor (≥4,0 e ≤4,99), absorção (≥4,0 e ≤4,99) e escore geral (≥4,0 e ≤4,99). Houve correlação moderada, negativa e significativa do burnout com vigor (r: -0,505; p-valor: <0,001), no pré-pandemia; e com o escore geral, no pré-pandemia (r: -0,543; p-valor: <0,001) e período pandêmico (r: -0,458; p-valor: <0,001). Não houve alterações nos níveis de engajamento no trabalho. Profissionais com fadiga por compaixão tiveram redução do vigor, absorção e escore geral, classificados como médios no período pandêmico (≥2,0 e ≤3,99); e aumento da dedicação, que era baixa (≥1,0 e ≤1,99) no pré-pandemia. Concluiu-se não haver associação danosa entre fadiga por compaixão e engajamento no trabalho com a COVID-19 nos profissionais de enfermagem.