Neste artigo objetivou-se analisar e discutir os turnos de fala produzidos em uma intervenção pedagógica, no processo de formação antirracista de jovens periféricos, buscando refletir sobre a apropriação de elementos científicos e dos meios comunicacionais. Apresenta-se o estudo desde o planejamento, design e desenvolvimento de uma Intervenção Pedagógica (IP) para educação das relações étnico-raciais e a discussão conhecimento químicos, utilizando como estratégia a comunicação crítica e popular, pressuposto da Escola Popular de Comunicação Crítica. Com elementos de uma pesquisa participante, a IP contou com a participação de cinco jovens negros/as e de baixa renda da periferia da grande Goiânia, alunos de iniciação científica júnior no projeto Afrocientista. Os resultados revelaram que a citada estratégia pode ser promissora e que possibilita a percepção dos jovens participantes do racismo na mídia ainda que, contraditoriamente, os alunos têm dificuldades de superar o mito da democracia racial. A pesquisa ainda mostrou que é possível, através do paradigma da potência, favorecer o letramento racial concomitantemente ao ensino de ciências/química.