“…A longa exposição dos trabalhadores a pesticidas acumulados nos ecossistemas pode ter contribuído, direta ou indiretamente, com as atuais taxas de incidência de doenças crônicas respiratórias, circulatórias, endócrinas e de neoplasias (tumores benignos e malignos) na região de Alta Floresta (IGNOTTI et al, 2010;MATO GROSSO, 2011. Pesquisas sugerem que, nessa região, a transição epidemiológica -embora incompleta, porque o que se revela na fronteira agrícola amazônica é um mosaico, em que se mantêm algumas doenças da pobreza 1 , enquanto aumenta a incidência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) 2 -, vem sofrendo importantes influências das mudanças ambientais (WANIEZ, 2007;WEIHS;SAYAGO, 2015;WEIHS;TOURRAND, 2017). Nessa abordagem, o atual quadro de DCNT pode ter sido condicionado pela intensa e longínqua exposição da população a contaminantes tóxicos, como os resíduos agroquímicos (WEIHS, 2015; WEIHS; SAYAGO; TOURRAND, 2017).…”