Uma apresentação breve do risco como produto social Uma das características do grupo Territorialidades, espacialidades e inovação na governança ambiental (G2) é a diversidade de pesquisas, o que se torna uma oportunidade para a integração de conceitos e abordagens científicas na compreensão do território, considerando o uso e ocupação do solo, as políticas públicas e formas de convívio e o enfrentamento de conflitos e adversidades pela sociedade. Pesquisadoras e pesquisadores do grupo buscam retratar de forma crítica e articulada esses cenários, unindo o repertório do Laboratório de Gestão de Riscos (LabGRis) e do Laboratório de Planejamento Territorial (LaPlan), ambos da Universidade Federal do ABC (UFABC), para construir, dentre outras atividades, uma leitura integrada e transdisciplinar entre a construção social dos riscos e a transição sociotécnica.Em muitas das médias e grandes cidades brasileiras, em especial as localizadas na Macrometrópole Paulista (MMP), a ocorrência de desastres, como por exemplo as inundações, evidencia problemáticas socioambientais urbanas que se tornaram constitutivas. Ou seja, é reflexo do modelo de desenvolvimento brasileiro, que promoveu, e segue promovendo, uma urbanização predatória, desigual e ambientalmente insustentável. Portanto, partimos da perspectiva de que o desastre é a materialização do risco, produzido por formas de ocupação do território, das relações sociais, e de 1. As ilhas de calor, ou seja, a diferença de temperatura entre as superfícies de áreas urbanas, em geral, cobertas por revestimentos impermeáveis como asfalto, concreto etc. e mais quentes, e seu entorno, coberto por vegetação ou solo úmido, mais frias.Cap. 8 -Da construção social dos riscos à transição sociotécnica: discutindo ...