Partindo da ideia de direito à cidade de Henri Lefebvre, pretendemos perspetivála de modo a identificar alguns dos problemas que a geraram e a evidenciar como persistem na atualidade. Num segundo momento, procuraremos equacionar a ideia de direito à cidade numa articulação entre transcendência e imanência, tendo como propósito problematizar a impreterível realidade contemporânea, a do Antropoceno; e sugerir, como estratégia, a afirmação de uma outra variante da ética da responsabilidade. Finalmente, na senda de Baruch Spinoza, procuraremos compreender em que sentido a vida exige, hoje, uma composição, uma relação, essencialmente outra, entre natureza e cidade.