Vivemos hoje, na maior parte das comunidades mundiais e sem dúvida nas comunidades europeias de maior dimensão, um tempo de "superdiversidade" (Vertovec, 2010). Já não se reivindica uma identidade única, no caso dos migrantes de segunda, terceira e quarta gerações, e rejeita-se uma identidade única ou a ideia de pertença a grupos pré-definidos, em favor da reivindicação de uma identidade múltipla e compósita, como a defende Maalouf (2000). Os migrantes de primeira geração apresentam desafios diferentes: frequentemente não falantes da língua do país de acolhimento nem conhecedores da cultura e subculturas dos territórios, a sua integração depende do planeamento e do sucesso de políticas públicas dos estados e das governanças locais, bem como da preparação e disponibilidade de acolhimento das populações, isto é, das comunidades.Como referem Okolski (2012) e Penninx (2013), a Europa tornou-se "um continente de imigração" no decurso dos últimos 60 anos. Contudo, os diferentes países da Europa e as comunidades que os compõem têm ritmos e perspetivas diferentes relativamente às migrações, portanto, o reconhecimento da necessidade de elaborar políticas de integração de migrantes tem sido desigual no tempo e no espaço. Desde a viragem para o século XXI, a maioria dos estados europeus desenvolveu políticas de integração dos migrantes, confrontados com as necessidades sentidas pelas comunidades de acolhimento. Frequentemente, as políticas de integração na Europa foram formuladas primeiro ao nível municipal, portanto comunitário, e não ao nível nacional (Scholten et al., 2015, p. 1), como, por exemplo, em Londres, Amsterdão ou Paris. A União Europeia foi chamada a refletir e a intervir na definição de políticas de migração e integração, fruto de crises económicas, políticas e de conflitos mundiais que se repercutem na entrada de largos contingentes de pessoas no espaço comum europeu; entrou, depois de 2003, neste campo de política cada vez mais "multinível".