O Desenvolvimento Profissional (DP) tem vindo a ser revelado como um elemento crítico na formação e desempenho profissional do Psicólogo. Tendo por base os fundamentos teóricos acerca do DP e da construção da identidade profissional, e com carácter exploratório, construiu-se, implementou-se e avaliou-se a eficácia de um programa de intervenção. O principal objectivo desta é, num contexto seguro à exploração, promover o DP de estudantes de Psicologia, em duas componentes (intrapessoal e interpessoal/social). Constituíram-se dois grupos (um de 10 e outro de cinco participantes), avaliados formalmente no início e no fim do programa, através de uma medida construída para o efeitoQuestionário de Desenvolvimento de Estudantes de Psicologia. Os resultados apoiam a eficácia da intervenção e indicam mudanças ao nível do autoconhecimento, da representação de DP, do conhecimento do papel de Psicólogo, dos recursos para a transição entre papéis e contextos, da coerência e riqueza narrativa e das competências relacionais básicas. Não obstante as reformulações necessárias identificadas na avaliação informal, o programa promove o DP e a construção da identidade profissional dos estudantes de Psicologia, tendo os participantes demonstrado a sua satisfação com a mesma.
Palavras-chave:Desenvolvimento do Psicólogo, Desenvolvimento profissional, Estudantes de Psicologia, Identidade profissional, Programa de intervenção.
INTRODUÇÃO
Nós somos pessoas psicólogas e não psicólogas pessoas! Nós somos a nossa principal ferramenta de trabalho e, assim sendo, é fundamental para o nosso desempenho profissional que nos desenvolvamos e cresçamos enquanto pessoas. (Estudante participante, 2010)Nas últimas décadas, o desenvolvimento profissional (DP), especialmente no domínio da Psicologia, tem vindo a ser reconhecido como um elemento crítico na formação e no desempenho profissional por variadas instituições, dando origem um pouco por todo o mundo à redacção de artigos e capítulos, bem como à constituição de comités científicos dedicados à temática e à realização de actividades promotoras do mesmo, ainda que não integradas no plano de estudos (Ducheny, Allezhauser, Crandell, & Schneider, 1997). Em Portugal, esta não parece ser ainda uma prática corrente, não obstante o interesse pelo DP do Psicoterapeuta patente na recente proliferação
87A correspondência relativa a este artigo deverá ser enviada para: