Este trabalho investiga maneiras de compreensão da noção de contextualização no ensino, presente em documentos curriculares oficiais destinados ao Ensino Médio, principalmente, nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2000). A partir do modelo interpretativo do ciclo de políticas de Stephen Ball, são focalizados o contexto de influência, o contexto de produção de textos e o contexto de prática, buscou-se indícios de permeabilidades discursivas acerca da contextualização no ensino de química. A pesquisa está focada nas narrativas de sete professores de química, que exercem a docência num contexto específico que é a rede pública de escolas de Paulínia -SP. Essa cidade é conhecida como um importante polo petroquímico e que abriga também um conjunto de indústrias químicas, o que justificaria uma contextualização no ensino de Química voltada para tal cultura. As entrevistas foram tratadas do ponto de vista metodológico, tendo como referência o conceito de narrativa presente na obra de W. Benjamin. Como resultados, constata-se que a contextualização no ensino se dá num espectro de significações que abrange desde o seu entendimento como vivência cotidiana até como preparação para o mundo do trabalho. Percebeu-se também dificuldades na penetração do discurso da contextualização nas práticas curriculares expressas. Como conclusão, é possível depreender as dificuldades vivenciadas por esses professores que, mesmo percebendo o contexto significativo e importante da cultura local, não conseguem articulá-lo às suas práticas. viii Palavras chave: currículo; contextualização; narrativas docentes; ensino de química.