“…Além disso, é consensual entre os autores pesquisados que a noção de que uma mãe possa, deliberadamente, fabricar ou provocar sintomas de doença ou deficiência em seu filho é, em si mesmo, uma afirmação que é difícil de aceitar (Jennens, 2009;Clin, et al 2009), o que se coloca como um dos principais entraves do diagnóstico precoce, pois, como pontuado por Tamay et al (2007, p. 498), geralmente, "ninguém pensa que uma mãe pode fazer mal a seu filho" [tradução nossa], logo, até mesmo pediatras mais experientes, muitas vezes, perdem pistas evidentes deixadas por estas mães (Kola, Kola, & Koroshi, 2006), levando a equipe médica a negligenciar a possibilidade da SMP, uma vez que esta desafia a lógica do amor materno, ou seja, de que uma mãe, cuja função seja cuidar e proteger possa, deliberadamente, ferir e causar danos a seu filho (Kannai, 2009). …”