É possível pensar e agir numa era de catástrofes anunciadas? Mais ainda, é possível contar histórias em que, para além das catástrofes que continuam acumulando e que como tais já não são um anúncio, se viva a reconstituição e o renascimento? Se assim for, quais são as escalas relacionais a partir das quais isso se torna possível? Neste ensaio, partimos da criatividade reconstitutiva de dois coletivos, autoidentificados como Kiriri e Mapuche, para pensar o que mais pode ser dito quando todos os problemas parecem se reportar ao Antropoceno. Nossa intenção é ensaiar com outras escalas relacionais e, portanto, com outros problemas, a despeito da nova era geológica ou, se queremos, na vizinhança dela. Este texto resiste à conexão acelerada entre problemas de distintas ordens, com distintos nomes, e o Antropoceno. Interessa habitar os desajustes dessas conexões para colocar luz sobre a microfísica das relações, das entidades que elas convocam e que, a partir dos casos Kiriri e Mapuche, nos fazem ver terras que renascem. Interessa enfatizar mundos que se reconstituem e que multiplicam agentes de mudança através da replicação em que a complexidade da escala é a autossemelhança.