INTRODUÇÃOO ciclismo é considerado um esporte complexo. As competições são divididas em provas de pista (velódromo) e provas de rua (estrada), individualmente ou por equipes (1,2) . As provas de estrada apresentam características distintas em relação à duração, intensidade e topografia. Entre elas podemos destacar o Tour de France, com um percurso de aproximadamente 3.000km, percorridos durante 21 dias ininterruptos, entre os mais variados tipos de terrenos (3) . As competições de estrada têm como característica a manutenção de alta intensidade por tempo prolongado, o que resulta na instauração do processo de fadiga, principalmente em função das mudanças na produção de torques resultantes das contrações musculares e na atividade elétrica dos músculos dos membros inferiores (2,(4)(5)(6) . A fadiga muscular pode ser definida como um conjunto de alterações decorrentes do trabalho ou exercício prolongado, gerando
RESUMOA fadiga muscular pode ser definida como a incapacidade funcional na manutenção de um nível esperado de força. As competições de ciclismo, especialmente provas de estrada, apresentam como caracterís-tica longa duração e altas intensidades. Tais características resultam na instauração do processo de fadiga, que pode estar associado a mecanismos e fatores metabólicos que afetam os músculos (fadiga periférica) e o sistema nervoso central (fadiga central). O objetivo deste trabalho é fazer uma revisão sobre aspectos relacionados com as mudanças na técnica de pedalada e na atividade elétrica dos músculos envolvidos nesse movimento durante o processo de fadiga. Alguns desses aspectos têm sido reportados na literatura e podem ter repercussão na (1) magnitude, direção e sentido de aplicação das forças no pedal; no (2) padrão de ativação muscular; na (3) geração de força e, conseqüentemente, no (4) desempenho do ciclista. No entanto, poucos estudos associam a fadiga muscular ao comportamento das forças aplicadas no pedal e ao padrão da ativação muscular. Os resultados dos estudos revisados demonstram a incapacidade dos ciclistas em manter a força desejada, perda da técnica de pedalada e mudança nos padrões de ativação elétrica sob condições de fadiga.Palavras-chave: fadiga, biomecânica, desempenho, ciclismo.
ABSTRACTMuscular fatigue can be defined as functional inability to maintain a desired force output. During cycling competition, especially road races, cyclists are required to exercise for extended duration at high intensities. These features often result in fatigue, which can be associated with metabolic mechanisms and factors affecting both muscles (peripheral fatigue) and the central nervous system (central fatigue). The aim of this study is to review aspects related to alterations in the pedaling technique and electrical activation of the muscles during a fatiguing exercise bout. Some of these alterations have been reported in the literature and can reflect on the (1) magnitude, direction, and sign of the forces applied on the pedal; (2) muscle activation pattern; (3) force generation; (4) and consequ...