ENTRADAEste artigo é parte integrante de um projeto de pesquisa que nos levou a demarcar, a explicar e a interpretar os recortes e as dinâmicas subjacentes à gênese, à constituição e ao funcionamento do subcampo do rock alternativo em Portugal, ao longo dos últimos 40 anos, 1 com um enfoque particularizado nas esferas de produção, mediação e procura de bens e obras musicais (Guerra, 2010(Guerra, , 2013a. Seu foco está na abordagem dos consumos, das relações, das apropriações e das fruições em face da música e correlatas atividades culturais e lúdi-cas em contexto urbano. São várias as questões centrais decorrentes -quem consome o rock alternativo e o pop rock em geral? De que forma? Consumo, fruição ou apropriação? O consumo musical é acompanhado de outros consumos culturais e lúdicos? Em que contextos? A resposta a essas questões -ou pelo menos a tentativa -resulta na apresentação de nove perfis de fruição musical, cultural e lúdica em 17 espaços de divulgação e de fruição musical, com programação regular nos finais da primeira década deste milênio, situados no Porto e em Lisboa.O texto organiza-se em torno de lógica narrativa assente em duas seções fundamentais. Inicialmente abordamos os principais desenvolvimentos teóri-cos relativos ao consumo cultural e musical, num esforço de reatualização da sociologia da cultura contemporânea e sua inevitável ligação com os estudos culturais, a economia criativa, as teorias dos mercados turísticos e lúdicos, e,