INTRODUÇÃO: A tuberculose (Tb) é uma doença infectocontagiosa endêmica em várias regiões do mundo, sendo considerada uma das infecções com maior índice de mortalidade, em especial quando associada ao vírus da imunodeficiência humana (HIV). Embora as medidas utilizadas para o tratamento e profilaxia dessa enfermidade sejam de amplo acesso para população, alguns fatores contribuem para a ineficiência dessa estratégia. Dentre estes estão a longevidade da antibioticoterapia e a diminuição do período de imunização da vacina contendo a cepa atenuada de Mycobacterium bovis - BCG, dando espaço para busca de novas alternativas de combate para essa doença. A proteína ESAT-6, uma toxina formadora de poros (TPF) secretadas pelo Mycobacterium tuberculosis (Mtb), está estreitamente relacionada com micobactérias metabolicamente ativas, desempenhando um importante papel na sobrevivência desse bacilo no citosol de células do sistema imunológico do hospedeiro. Essa molécula, além de participar dos processos patogênicos do Mtb, demostrou uma relevante importância para construção da resposta imune devido ao seu reconhecimento pelas células de defesa do organismo. OBJETIVO: Realizar uma revisão sistemática sobre o efeito antigênico da proteína ESAT-6 para o desenvolvimento de uma resposta protetora contra o M. tuberculosis, caracterizando o tipo de resposta imune desenvolvida e quais os possíveis agentes adjuvantes capazes de potencializar os efeitos dessa vacina. METODOLOGIA: Foi realizado uma busca criteriosa de artigos científicos, experimentais, indexados na base de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MedLine/PubMed) com informações sobre os efeitos da proteína ESAT-6 quando utilizadas para o desenvolvimento de resposta protetora contra o Mtb. RESULTADOS: Os resultados obtidos nessa revisão demonstram que a proteína ESAT-6 foi capaz de estimular uma resposta imune celular (Th1) e humoral, caracterizadas pelo aumento da secreção de IFN-ɣ e dos títulos de anticorpos do tipo IgA e IgG, respectivamente. CONCLUSÃO: A proteína ESAT-6 se mostrou capaz de gerar resposta imune após o desafio com a cepa virulenta H37Rv porém, mais estudos precisam ser realizados para melhor caracterizar os efeitos de uma vacina a base dessa proteína a longo prazo e quais possíveis reações adversas seu uso pode desencadear.