No presente artigo analisamos o processo de mediação implementado na produção de Recursos Educacionais Abertos (REA) envolvendo saberes sobre a biodiversidade local a partir do que nomearemos, neste texto, de Oficinas Pedagógicas Interculturais (OPI). Essa ação compõe parte dos resultados de um projeto de pesquisa denominado “ProfBD – Observatório da Educação para Biodiversidade”, composto por uma rede de pesquisadores(as) de seis Instituições de Ensino Superior localizadas em diferentes biomas brasileiros, que investiga aspectos relativos à formação de professores de Ciências/Biologia e sua relação com a Educação para a Biodiversidade. As OPI ocorreram em diferentes territórios – mais especificamente, nos estados do Maranhão, Rio Grande do Sul, Amazonas, Sergipe, Alagoas e Minas Gerais - e tinham a finalidade de problematizar o contexto sociocultural dos licenciandos visando a percepção de contradições locais. Adotamos o pressuposto teórico da interculturalidade e do reconhecimento da identidade a partir da diferença cultural para indicar a importância do olhar atento para os saberes narrativos tradicionais na formação de professores. Como principal resultado, indicamos potencialidades da categoria Alteridade que, associadas as tecnologias digitais, podem configurar estratégias importantes nos processos decoloniais da formação de professores de Ciências e Biologia a partir das territorialidades.