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Aprofundar a crise: olhares multidisciplinares
Autor(es):Peixinho, Ana Teresa; Camponez, Carlos; Sá, Alexandre As crises parece que só oferecem espaço para a afirmação de compreensões totais aos que as ignoram, aos que insistem em "procurar ativamente esconder". Os outros, ao contrário, fixam-se essencialmente em tensões a que tentam deslindar as forças e os significados. E não desistem de tentar a perceção da complexidade.Quer isto dizer que um dos primeiros terrenos para onde converge a inquietação é aquele onde já se plantou a recusa de fazer da "pura sistemática" ou da "pura transparência" instrumentos para analisar ou representar um mundo que é essencialmente impuro, feito de contingências, refrações, obscuridades, que Albert Hirschman pôs ao lado da dissidência (exit) e do empenhamento cúmplice (loyality) como modo de relacionamento com organizações ou processos políticos, é evidentemente condição da participação e da deliberação democrática e a sua "crise" é a da própria possibilidade de democracia e a expressão da perda de memória. Antes disso está, no entanto, uma "estrutura simbólica de comunicação pública" que destituiu a comunicação de algumas das suas condições essenciais e a subordinou, operando descontinuações que até os universitários hoje em dia conhecem bem no seu próprio meio, pois são parte de uma lógica geral de normalização que orienta a própria produção dos saberes académicos, cada vez mais descontínua, fragmentária, desligada de preceitos que não sejam os da simples individualização e reconhecimento "tribal".Cada disciplina confronta-se, é certo, com os seus limites e dilemas. A relação que a cisão crítica exige aponta, então, para o contacto entre análises diferenciadas, por cujo cruzamento se possa desenvolver uma compreensão mais original -mais originária e, neste sentido, mais crítica -dos temas tratados.Há, contudo, também um sentido mais óbvio em que a interdisciplinaridade do tema da crise pode ser surpreendida. Tal sentido d...