A Copa do Mundo de Futebol de 2022, organizada pela Federação Internacional de Football Association (FIFA), sediada no Catar, representa o ápice de uma estratégia empreendida pelo pequeno país do Golfo Pérsico para aumentar sua relevância dentro da comunidade internacional, conferindo maior legitimidade, segurança e influência ao regime. Parte desta estratégia também incluiu a compra do clube francês Paris Saint-Germain (PSG) e a construção de torná-lo uma potência futebolística. O financiamento dessas empreitadas é possível graças à riqueza obtida pelo Catar através da exploração de suas reservas de hidrocarbonetos. Essencialmente, o Catar usa sua renda petrolífera para construir um soft power que projete o país no cenário internacional. O presente artigo busca entender, através de análises dos investimentos do governo catariano no esporte, como uma nação, diminuta e dependente de uma única atividade econômica, consegue instrumentalizar o futebol como parte de uma estratégia que solidifique o país como uma nação reconhecida, além de buscar compreender o uso geopolítico do futebol.