UNAMUNO MRDL & MARCHINI JS. Sonda nasogástrica/nasoentérica: cuidados na instalação, na administração da dieta e prevenção de complicações. Medicina, Ribeirão Preto, 35: 95-101, jan./mar.2002. RESUMO: Cada dia mais, a terapia nutricional é reconhecida como importante fator na recuperação de doentes. As sondas modernas possibilitam a oferta de nutrientes e a melhora do estado nutricional, por meio de métodos pouco invasivos, desde que o aparelho digestivo tenha conservado, pelo menos, parte de sua capacidade de absorção. O procedimento requer cuidados especializados, posto que não é isento de complicações. A equipe que assiste o paciente que recebe terapia nutricional através de sondas deve ter conhecimento da instalação das mesmas bem como da administração das dietas e treinamento para prevenir, reconhecer e tratar as complicações. Apresentamos, neste artigo, as técnicas de introdução das sondas, infusão das dietas e principais complicações, que podem advir dessa terapia.UNITERMOS: Nutrição Enteral.
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INTRODUÇÃODesde as eras mais antigas, buscavam-se outras vias para alimentar pacientes impedidos de comer pela boca. Os egípcios alimentavam seus pacientes através de sondas retais e, com o passar dos anos, houve empenho em se fabricarem tubos de alimentação, que possibilitassem maior conforto aos pacientes. Muitos materiais foram utilizados para a confecção de sondas nasoentéricas, entre eles a borracha, o polietileno e, mais recentemente, o poliuretano e o silicone (1) . Ao mesmo tempo em que se buscava melhorar as sondas, também houve progresso nas formulações dieté-ticas para a terapia nutricional enteral (2,3) .Na década de setenta, Liffmann & Randall (1) e Dobbie & Hoffmeister (4) construíram sondas de jejunostomia e sondas nasais de fino calibre, com uma ogiva distal que possibilitava o posicionamento delas além do esfíncter piloro e permitia a administração de dietas de maneira mais confortável e segura principalmente nos pacientes idosos, acamados e com reflexos diminuídos. Esse tipo de sonda passou a ser conhecido como sonda de DOBBHOFF, que, hoje, são fabricadas em poliuretano e silicone, materiais que não sofrem alteração física na presença de pH ácido, conservam flexibilidade, maleabilidade e durabilidade, não irritam a mucosa digestiva, e, por serem de pequeno calibre, permitem o fechamento dos esfíncteres cárdia Medicina, Ribeirão Preto,