Esta pesquisa tem como questão central a Representação Temática da Informação (RTI), envolvendo estudos bibliométricos, especificamente a cientometria. O campo de aplicação é a produção acadêmica das Instituições de Ensino Superior (IES) administradas pelo governo federal no Estado de Minas Gerais (MG), disponibilizadas por meio do Catálogo de Teses e Dissertações (CTD) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), relacionada ao racismo no período de 21 anos (2000 a 2020). Assim, o problema proposto busca saber quais são as IES mantidas pelo governo federal no Estado de Minas Gerais que mais produzem teses e dissertações sobre a questão racial no Brasil, e a quantidade dessa produção ao longo dos anos de 2000 a 2020. A despeito da recente valorização da temática racial no Brasil como objeto de estudos científicos e em debates dos meios midiáticos, as pessoas racializadas continuam a ser a numerosa parcela da população em nosso país que recebe as remunerações mais baixas, que sofre toda a sorte de violência e discriminação. Além disso, são as que ostentam índices socioeducacionais mais baixos, ainda que, nos últimos anos, tenha ocorrido certa melhora nesses índices, inclusive no acesso aos estudos superiores em função das políticas afirmativas direcionadas para essa parcela da população brasileira (IBGE, 2019). Segundo Dias & Naves (2007), o tratamento da informação pode ter duas grandes faces, uma enfocando a descrição dos dados físicos e outra mais subjetiva, voltada para o conteúdo dos documentos descrevendo os assuntos abordados. Café & Bräscher (2008, pp.54-75) relatam que a descrição (representação) é fundamental para a organização e recuperação da informação. A pesquisa tem caráter exploratório e descritivo e também bibliográfica e documental, utilizando os estudos métricos da produção acadêmica mineira das teses e dissertações contidas no CTD da CAPES que versem sobre o tema. A pesquisa localizou 460 documentos sobre o assunto. No Estado a instituição que mais se dedicou à questão foi a UFMG. Essa pesquisa demonstra que há muitos caminhos a serem desbravados para romper o racismo na sociedade brasileira.