Neoliberal Platform Capitalism and Subjectivity

Abstract

Across the globe, algorithmic technologies have undeniably altered the way labor relations are governed. The purpose of this article is to investigate a particular manifestation of that phenomenon: how, in Brazil, platform capitalism consists in a hybrid rationality whose control over the sphere of work combines new mechanisms of governance with structural characteristics that are particular to a type of precarious work commonly found in peripheral areas of Brazil, known as viração. While such a scenario presents us with a multitude of aspects worthy of consideration, this article focusese on the apparatuses for the psychic management of workers deployed by platform capitalism in Brazil. Within this scope, the article develops a double analysis: first, it examines the forms of subjectivity and the libidinal economy of Brazilian peripheral workers, with a particular emphasis on how certain of their characteristics have been subordinated, controlled, exploited, and ultimately disseminated by application software companies in Brazil; second, and conversely, it evaluates how the form of subjectivity associated with platform capitalism has, through the neoliberal discourse of self-entrepreneurship, impacted viração.

Rodadas históricas de neoliberalização no Brasil

“…Some-se ainda o aumento das falências e pedidos de recuperação judicial de pequenas e médias empresas, que cresceu consideravelmente a partir da crise de 2015. Com perspectivas reduzidas de encontrar colocações semelhantes, o transporte privado se tornou uma espécie de solução imediata de autoemprego, ampliando a participação das camadas médias tradicionais no mundo da viração ressignificada como empreendedorismo (Franco, 2021).…”

“…Foi a melhoria da renda e a ampliação do crédito popular que facilitaram o acesso a automóveis, motocicletas e smartphones, permitindo a familiarização com os aplicativos. Com a crise e o desemprego, as classes emergentes viram nessa atividade uma forma de viração associada a um mercado organizado pela alta tecnologia, mas sem transparência nem qualquer garantia legal e ainda com o agravante de repassar os riscos e custos para o trabalhador e de remunerá-lo por tarefa, transformando-o em um prestador de serviço just in time (Abílio, 2020;Franco, 2021).…”

“…Desse modo, assim como os mercados formais, os mercados informais também foram transformados pelo neoliberalismo via uberização. A novidade aqui, evidentemente, não vem da existência de condições precárias, mas da extensão de formas inéditas de gerenciamento centralizado do trabalho para o mercado informal (Abílio, 2017;Abílio;Amorim e Grohmann, 2021;Franco, 2021). O neoliberalismo em países periféricos como o Brasil, portanto, não se caracteriza simplesmente pela extensão da lógica precária e da informalidade previamente existentes para os mercados formais, mas também pela introdução de novas formas de controle que criam as condições tanto para essa "periferização do centro" quanto para a subsunção dos mercados informais.…”