Neuralgia pós-herpética: dois casos clínicos

Abstract

ResumoA neuralgia pós-herpética (NPH) é a complicação mais frequente do herpes-zóster, caracterizando-se pela presença de dor tipo neuropática de distribuição dermatômica, após manifestação prévia de um quadro agudo de herpes-zóster, geralmente um mês depois do surgimento das vesículas. O objetivo do presente relato é apresentar dois casos clínicos de NPH e suas respostas a diferentes tratamentos. O primeiro caso apresentou intolerância à amitriptilina e uma boa resposta clínica à gabapentina na dosagem de 900 mg/dia. O segundo caso apresentou intolerância à capsaicina, mas apresentou boa resposta à combinação da pregabalina com lidocaína tópica. A gabapentina, a pregabalina e a lidocaína tópica são tratamentos eficazes para o tratamento da neuralgia pós-herpética. Todas essas recomendações vão ao encontro dos tratamentos utilizados pelos médicos de família nos dois casos apresentados neste estudo. AbstractPostherpetic neuralgia (PHN) is the most common complication of Herpes Zoster, characterized by the presence of neuropathic-type pain limited to a dermatomic area after outbreak of Herpes Zoster (commonly known as shingles), usually a month after the appearance of vesicles on the skin . The aim of this report is to present two cases of PHN and their responses to different treatments. The first case presented intolerance to amitriptyline and a good clinical response to gabapentin at a dose of 900 mg/day. The second case showed intolerance to capsaicin but responded well to the combination of pregabalin and topical lidocaine. Gabapentin, pregabalin and lidocaine are effective for the treatment of postherpetic neuralgia. All these recommendations are consistent with those treatments used by the family physicians in the two case studies presented. ResumenLa neuralgia postherpética (NPH) es la complicación más común de herpes zoster, que se caracteriza por la presencia de dolor tipo neuropático de distribución dermatómica después de una manifestación previa de cuadro agudo de herpes zoster, generalmente un mes después de la aparición de las vesículas en la piel. El objetivo de este relato es presentar dos casos de NPH y sus respuestas a diferentes tratamientos. El primer caso presento intolerancia a la amitriptilina y una buena respuesta clínica a la gabapentina en la dosis de 900 mg/día. El segundo caso mostró intolerancia a la capsaicina, pero mostró una buena respuesta a la combinación de pregabalina associado con lidocaína tópica. La gabapentina, pregabalina y la lidocaína son eficaces para el tratamiento de la neuralgia postherpética. Todas estas recomendaciones son coherentes con los tratamientos utilizados por el médico de familia en dos casos presentados en este estudio.

Uso de Bloqueio de Gânglio Estrelado na Terapêutica da Neuralgia Pós-Herpética do Primeiro Ramo do Nervo Trigêmio. Série de casos

“…Contudo, evidenciou-se nos pacientes em questão à presença de sinais sugestivos da Síndrome de Horner -miose, ptose parcial e rubor facial ipsilaterais ao procedimento. característica lancinante, aguda, súbita, sem a presença de irradiações além dos ramos do V nervo craniano e presença de alodínia e/ou hiperalgesia e/ou hiperestesia 18,20,29,34,39 . Além disso, é descrito na literatura que pacientes portadores de hipertensão arterial sistêmica estão expostos a riscos maiores de desenvolvimento da neuralgia do trigêmeo quando comparado com a população geral 18 .…”

“…Devido ao neurotropismo do vírus, vem sendo constatada sua persistência no interior de neurônios de gânglios sensitivos e autonômicos em estado de latência, durante anos ou décadas. De tal maneira que, a reativação do vírus, por fatores imunobiológicos ainda não esclarecidos, resulta em replicação viral e origina o Herpes Zoster (HZ) 7,25,38 . O HZ é uma doença neurodérmica de caráter autolimitado, caracterizada por um rash cutâneo vesicular com distribuição dermatômica, precedida ou acompanhada de dor radicular 23,34,38,39 . Sua incidência é estimada em 250 novos casos por 100.000 habitantes a cada ano, salientando significativo aumento desta incidência em indivíduos com idade superior a 60 anos e em pacientes imunodeprimidos (câncer, quimioterapia, radioterapia, portadores HIV/AIDS, corticoterapia e dentre outras etiologias) podendo acometer até 1.000 indivíduos a cada 100.000 habitantes 10,26,33,34,38 .…”

“…De tal maneira que, a reativação do vírus, por fatores imunobiológicos ainda não esclarecidos, resulta em replicação viral e origina o Herpes Zoster (HZ) 7,25,38 . O HZ é uma doença neurodérmica de caráter autolimitado, caracterizada por um rash cutâneo vesicular com distribuição dermatômica, precedida ou acompanhada de dor radicular 23,34,38,39 . Sua incidência é estimada em 250 novos casos por 100.000 habitantes a cada ano, salientando significativo aumento desta incidência em indivíduos com idade superior a 60 anos e em pacientes imunodeprimidos (câncer, quimioterapia, radioterapia, portadores HIV/AIDS, corticoterapia e dentre outras etiologias) podendo acometer até 1.000 indivíduos a cada 100.000 habitantes 10,26,33,34,38 . Entre as diversas complicações do HZ, a Neuralgia Pós-Herpética (NPH) é considerada a complicação mais comum, presente entre 15 a 40% dos casos da doença 2,10,14,20,24,[26][27][28]30,33,34,40 , acometendo preferencialmente o ramo oftálmico (V1), seguido do acometimento dos ramos maxilar (V2) e mandibular (V3) que são caracterizados pela presença de vesículas orais 20,24,26,30,33,34 .…”

“…Assume-se que a replicação viral gera um processo inflamatório agudo dos nervos (neurite aguda) com subsequentes alterações morfofuncionais neuronais 39 que culminam em um processo de "sensibilização neuronal" caracterizado por alterações na percepção da dor com aumento ou sustentação da despolarização neuronal 11,16 . O manejo da dor neuropática na NPH compreende diversas estratégias de intervenção, entre elas: intervenções não-farmacológicas como terapia comportamental e terapias alternativas, intervenções farmacológicas e intervenções cirúrgicas, que normalmente se tornam necessárias quando há refratariedade aos tratamentos clínicos 1,3,4,6,8,12,15,19,22,26,[30][31][32]34,36,37,41 .…”