A depressão tem sido um dos transtornos mentais mais comumente relatados em associação com ELTM, com uma prevalência estimada de 20 a 55%, contra 9% na população em geral, e os aspectos que interagem na associação das epilepsias e da depressão são ainda hoje muito fragmentados, fazendo com que a fisiopatologia da depressão nas epilepsias ainda não esteja inteiramente esclarecida. Sendo assim, o objetivo deste trabalhou foi investigar a associação das alterações volumétricas das amígdalas, hipocampos e tálamos em pacientes com ELTM e depressão, e também correlacionar os dados volumétricos obtidos com os dados clínicos de cada paciente, como frequência de crises e intensidade de sintomas depressivos mensurados através do BDI. Para isso, foram adquiridas imagens de RM em 4 grupos de 20 indivíduos cada: Grupo ED: pacientes com ELTM e depressão; Grupo E: pacientes com ELTM; Grupo D: pacientes com depressão e o Grupo C: controles saudáveis. A segmentação das Amígdalas, Hipocampos e Tálamos foram realizadas através do software DISPLAY, de acordo com protocolos específicos para cada estrutura. Também avaliamos o Índice de Assimetria (IA), que é a razão entre o volume do menor/maior lado apresentado por cada estrutura. O diagnóstico para o transtorno depressivo foi realizado através de avaliação neuropsicológica de acordo com os critérios do DSM-IV aplicando a SCID-I. O Inventário para Depressão de Beck (BDI) foi utilizado para mensurar a intensidade dos sintomas depressivos. Para a análise estatística, foi utilizado o programa SYSTAT 9®, com os testes de ANOVA, Teste-t de Student e correlação de Spearman. Foram incluídas neste estudo 80 mulheres com idade média ± desvio padrão 40±9,4 anos. Comparamos as médias dos volumes absolutos corrigidos da AD (t=5,552, p=0,002) e AE (t=14,571, p<0,0001) entre os grupos, e observamos que os grupos C e E apresentaram diferença significativa em relação à AD (p=0,004) e AE (p<0,0001). Já nos grupos D e E, houve diferença significativa apenas na AE (p<0,0001).Nos grupos E e ED, encontramos diferença significativa em relação a AD (p=0,004) e AE (p<0,0001). Não houve diferença significativa em relação à média dos volumes corrigidos do HD (F= 0,461, p=0,711) e HE (F=2,329, p=0,081) e dos TD (F=0,786, p=0,505) e TE (F=0,492, p=0,689) entre os grupos. Em relação aos IAH (t=9,793, p<0,0001), somente os grupos C e E (p=0,001), C e ED (p=0,001), D e E (p=0,004) e D e ED (p=0,003) _________________________________________________________________________ Resumo xvi revelaram assimetria significativa. Em relação ao IAT (t=2,483, p=0,067) encontramos assimetria significativa somente entre os grupos E e ED (p=0,039). Não houve diferença significativa referente ao IAA entre os grupos. Observamos correlação positiva entre frequência de crises e escore do BDI (rs=0,481), em que a média da frequência mensal de crises foi maior para o grupo com ELTM associada à depressão (7,45±8,28) do que para o grupo somente com ELTM (3,05±2,85), havendo uma diferença significativa entre os grupos (t=-2,245, p=0,031)...