Objetivo: Apontar a relação entre a Sars-CoV-2 (COVID-19) e as manifestações orais prevalentes associadas à doença, cujos números computados apresentam tendência crescente, embora essas manifestações permaneçam com a sua etiopatologia imprecisa. Métodos: Utilizou-se como ambiente de pesquisa uma Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital público de Brasília, Distrito Federal, mediante a análise retrospectiva de dados de pacientes ali internados no período de março de 2019 a março de 2021, verificando-se a prevalência de lesões orais entre dois grupos de pacientes internados sob ventilação mecânica invasiva: pacientes diagnosticados com COVID-19 e pacientes com outras comorbidades. Resultados: Após a análise estatística através dos testes Qui-Quadrado ou exato de Fisher, dos 294 prontuários avaliados, 147 eram de pacientes com COVID-19, e desse grupo, 56,6% desenvolveram alguma manifestação oral. Dentre elas, houve uma maior prevalência de lesões herpéticas (14,3%) aliada a um quadro de sialorréia (11,6%) em pacientes com COVID-19 comparado ao outro grupo de estudo. Conclusão: Pondera-se que há a necessidade de realização de mais estudos científicos sobre o tema com intuito de elucidar o real impacto intraoral da COVID-19 em pacientes críticos.