INTRODUÇÃO: O sintoma mais comum na Doença Falciforme (DF) é a dor de alta intensidade que se manifesta desde a infância. Para ser controlada, é necessária a determinação do seu tipo. OBJETIVO: Delinear o perfil da dor em crianças e adolescentes com doença falciforme e analisar o impacto do tipo desta na qualidade de vida. METODOLOGIA: Estudo transversal realizado com crianças e adolescentes com idade entre 8 e 17 anos e diagnóstico de DF HbSS e HbSC (critérios da OMS), em unidades de referência (Salvador, Bahia, Brasil). Foram aplicados a escala infantil de avaliação de dor Adolescent Pediatric Tool (APPT) e o questionário de qualidade de vida PedsQL módulo DF. Foram testadas associações e correlações entre os itens dos instrumentos (Alfa 5%, Beta 20%). CAAE 57274516.8.0000.5544 e 09163419.3.0000.5544. RESULTADOS: Duas amostras, uma com 46 e outra com 44 participantes, com cerca de 60% do tipo HbSS, confirmaram presença de alta intensidade da dor (de 5,0±0,00 a 9,94±0,23 pontos na escala de intensidade de dor) por todo o corpo e uso sistemático de analgésicos (95,5%). Quanto maior a intensidade da dor, principalmente no caso da dor neuropática, maior o total de descritores e o uso de termos sensoriais, afetivos e temporais (p < 0,05), com correlações fortes (r ≥ 0,84; p<0,05) entre intensidade e descritores sensoriais e avaliativos. CONCLUSÃO: A dor em crianças e adolescentes com DF apresenta alta intensidade, com os piores prejuízos para os que referem dor com características neuropáticas.